O embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Angola disse hoje que o encontro entre o Presidente angolano, João Lourenço, e o seu homólogo norte-americano na Casa Branca, encerra um ano “verdadeiramente histórico” nas relações bilaterais. Tulinabo Mushingi não caracterizou – no contexto do que é uma democracia adulta e de um Estado de Direito real – o encontro de Joe Biden e com o Presidente do MPLA (João Lourenço), o Titular do Poder Executivo (João Lourenço) e o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas (apartidárias), João Lourenço. Mas terão sido encontros certamente “históricos”.
Falando em Luanda a propósito do encontro entre Joe Biden e João Lourenço, em Washington, Tulinabo Mushingi disse que “esta reunião encerra um ano verdadeiramente histórico de envolvimento e parceria com Angola, que coincide com o aniversário de 30 anos dos laços diplomáticos”. Bem que poderia ter também enaltecido os 48 anos de governo ininterrupto do MPLA.
Falando em conferência de imprensa sobre os resultados do encontro dos dois chefes de Estado, o diplomata norte-americano realçou que este sinalizou uma transformação profunda no relacionamento entre Luanda e Washington, quem sabe se não será desta que João Lourenço trará a Califórnia para Benguela.
“Isso deve-se, em parte, à liderança e visão do Presidente João Lourenço e, por outra, ao considerável compromisso da Administração Biden-Harris em investir nesta parceria através de engajamentos de alto nível, nos acordos de grandes infra-estruturas e económicos e a colaboração transversal numa série de prioridades globais e regionais”, assinalou Tulinabo Mushingi.
Ambos estadistas debateram os próximos passos no aprofundamento da cooperação bilateral a nível do comércio, investimento, clima e energia, bem como o desenvolvimento da Parceria para Infra-estruturas e Investimentos Globais (PGI) do Presidente Biden para o Corredor do Lobito, infra-estrutura ferroviária que vai ligar Angola, a República Democrática do Congo (RDCongo) e a Zâmbia aos mercados globais através do Porto angolano do Lobito.
Tulinabo Mushingi recordou hoje as discussões entre os dois chefes de Estado referindo que a reunião foi uma oportunidade para falar sobre o futuro da parceria, o que inclui, realçou, mais de mil milhões de dólares (924 milhões de euros) de investimento no transformador Corredor do Lobito.
Certamente que apenas por lapso, Tulinabo Mushingi não falou dos 20 milhões de angolanos pobres. Mas certo será que um dia destes vamos ver o “Air Force One” aterrar no aeroporto internacional que o MPLA construiu em Luanda para homenagear o maior genocida da história de Angola, António Agostinho Neto, responsável pelos massacres de 27 de Maio de 1977, nos quais foram assassinados 80 mil angolanos.
O diplomata realçou que este é “o maior investimento ferroviário na história dos EUA na África Subsaariana”, acrescentando que, no domínio da energia, as abordagens apontam para mais de 2 mil milhões de dólares (1,8 mil milhões de euros) em investimentos para projectos que, como sempre, vão amamentar a corrupção do MPLA/Estado, em nada servindo para dar de comer a quem tem fome, no caso mais de 20 milhões de angolanos.
Tulinabo Mushingi destacou que, no domínio das infra-estruturas, os dois Presidentes discutiram o investimento e o financiamento dos EUA “para construir mais de 180 pontes em zonas rurais de Angola”.
Segundo o embaixador dos EUA em Angola, João Lourenço e Joe Biden abordaram também a componente digital, visando ligar os angolanos à economia digital, a segurança alimentar e a segurança regional.
“O Presidente Biden elogiou a liderança diplomática do Presidente Lourenço, incluindo o trabalho em prol da paz no leste da RDCongo”, observou.
“Esta reunião extraordinariamente bem-sucedida entre os Presidentes dos EUA e de Angola reflecte o compromisso da Administração Biden em envolver os nossos parceiros africanos nas nossas prioridades comuns”, rematou Tulinano Mushingi.
Já em Setembro, o embaixador Tulinabo Mushingi destacou a “trajectória muito positiva” da relação entre os dois países, acrescentando que a cooperação não se resume à segurança. Pois não. Aliás abrange tudo o que permita ao dono de Angola continuar a ser criado de luxo dos EUA, pouco importando os 20 milhões de pobres angolanos que continuam a tentar viver sem… comer.
Na altura, o diplomata, que falava a alguns jornalistas a propósito da visita do secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, afirmou que os Estados Unidos estão a desenvolver os seus esforços em África para trazer diferentes autoridades norte-americanas a Angola e diferentes dirigentes angolanos (leia-se do MPLA) para a América, reforçando que a cooperação não se resume à segurança.
“Os EUA estão interessados na prosperidade partilhada e na diplomacia económica”, salientou, dando também ênfase à boa governação. Falar de prosperidade em Angola e de boa governação é o mesmo que olhar para uma minhoca e dizer que é uma jibóia.
Tulinabo Mushing realçou ainda os “valores comuns” com Angola, declarando-se “feliz” com o estado actual das relações bilaterais e que quer continuar a desenvolver nos próximos anos.
“Este ano estamos a celebrar 30 anos de relações diplomáticas”, lembrou, dizendo que a trajectória neste período tem sido “muito positiva”. Positiva, esclareça-se, sempre os mesmos.
Sobre a “visita histórica” da mais alta autoridade de defesa norte-americana, considerou que mostra a importância que Angola ocupa e deu destaque aos objectivos partilhados de segurança e “parceria estratégica para assegurar prosperidade aos dois povos”.
Lloyd Austin, o primeiro secretário de Defesa norte-americano a visitar Angola, encontrou-se com o Presidente angolano, João Lourenço, depois de depositar uma coroa de flores no Monumento ao Soldado Desconhecido em Luanda.
Em Julho de 2022, citado pelo órgão oficial do MPLA (Jornal de Angola), Tulinabo Mushingi, que falou aos jornalistas após uma audiência conjunta que lhe foi especialmente concedida pelo Presidente da República, João Lourenço, pelo Presidente e recandidato do MPLA, João Lourenço, e pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, em Luanda, disse que os EUA acompanhavam, há muito tempo, o processo eleitoral angolano, para o qual disponibilizou “apoio financeiro modesto”.
O diplomata indicou que a verba seria canalizada para promover a tolerância política e aceitação das regras do jogo pelos concorrentes (se fosse verdade ao MPLA não caberia nem um kwanza), para que “no final do pleito, vencedores e vencidos se lembrem que todos são filhos da mesma pátria”.
João Lourenço, Presidente (não eleito) de Angola, considerou que os Estados Unidos da América (EUA) e Angola são parceiros em “circunstâncias iguais” e assinalou que a parceria entre os dois países tem promovido mudanças e prosperidade em Angola. Quem quiser que acredite… (Os 20 milhões de pobres angolanos não acreditam).
O Presidente dos EUA destacou na altura os “valores partilhados que unem” as duas nações, renovando o compromisso de alcançar em conjunto “um mundo mais pacífico, seguro e democrático para todos”.
“Ao assinalar-se três décadas de relações diplomáticas queremos colocar ênfase no facto de terem vindo a revelar-se cada vez mais importantes e transformadoras para os nossos respectivos países e povos”, realçou João Lourenço.
Mentindo com todos os dentes, João Lourenço disse que “o nosso compromisso com a prosperidade, segurança, inovação, justiça e amizade é irreversível e, neste contexto, realço os anúncios feitos pelo Presidente Joe Biden na recente Cimeira do G7, em Hiroxima, no Japão, como mais uma evidência da parceria crescente entre os nossos dois países”, referiu ainda.
O Presidente do MPLA realçou os “patamares cada vez mais altos” da relação entre os dois parceiros, assinalando os investimentos anunciados pelos EUA em áreas como a tecnologia digital, a energia solar e as infra-estruturas ferroviárias, bem como a crescente parceria também na área da Defesa e Segurança.
“A parceria crescente entre as duas nações é um importante catalisador de mudanças que se vão operando no nosso país, contribui paulatina e progressivamente para a criação de condições de vida prósperas para o povo angolano”, sublinhou João Lourenço.
A República (Popular) de Angola, sublinhou, “vai continuar a desenvolver esforços para fortalecer e aprofundar a todos os níveis as relações político-diplomáticas e cooperação económica com os EUA, na base do respeito, da reciprocidade e das vantagens mútuas para o benefício dos dois países e dos seus povos”.
Recorde-se que, segundo o DIP (Departamento de Informação e Propaganda do MPLA), via Jornal de Angola, vários temas de interesse comum entre Angola e os Estados Unidos da América estiveram em análise, em Washington, durante o encontro – Setembro de 2021 – que o Presidente João Lourenço teve com o conselheiro de Segurança americano, Jake Sullivan.
O encontro, com a duração de mais de uma hora, diz o DIP, foi considerado “excelente” pela então embaixadora dos Estados Unidos em Angola, Nina Maria Fite, que lamentou a impossibilidade de Joe Biden estar presente devido a compromissos inadiáveis.
“Foi uma reunião excelente. Eles tiveram uma discussão muito ampla sobre vários temas de interesse mútuo”, sublinhou a diplomata, que destacou o papel-chave de Jake Sullivan na Administração do Presidente Joe Biden. Aliás, é de crer que Jake Sullivan é, na verdade, tão ou mais importante do que Joe Biden. Se assim não fosse, presume-se, João Lourenço não aceitaria tirar uma fotografia com um funcionário… menor.
Por ser uma pessoa muito importante (muito, muito, disse o MPLA) na Casa Branca, acrescentou Nina Maria Fite, isso significa também uma grande vantagem para Angola e para o Presidente João Lourenço ter este tipo de discussão.
Segundo Nina Fite, o encontro foi enquadrado na cooperação estratégica entre os dois países, que mostra, cada vez mais, como os EUA e Angola têm esta “cooperação profunda”.
Os Estados Unidos têm destacado o papel de liderança do MPLA na pacificação da Região dos Grandes Lagos, bem como no fim da escravatura. Na qualidade de presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, Angola já organizou três mini-cimeiras sobre a situação de paz e segurança na República Centro-Africana.
Em 2019, Angola foi um dos facilitadores, juntamente com a República Democrática do Congo (RDC), do Memorando de Entendimento, assinado em Luanda, entre o Ruanda e o Uganda.
O encontro com o conselheiro de Segurança dos Estados Unidos marcou na altura o início da agenda oficial do Presidente João Lourenço em Washington. O Chefe de Estado angolano, não nominalmente eleito (coisa menor para os EUA), foi homenageado pela Fundação Internacional para a Conservação do Ambiente (ICCF), pelo seu envolvimento em iniciativas de defesa do ambiente.
Presume-se que João Lourenço, na versão Presidente do MPLA, terá dado como exemplo o êxito conseguido no vegetarianismo dos jacarés angolanos que, depois de 2017, só mantiveram a opção carnívora quando tinham fome.
Folha 8 com Lusa
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